Já aqui falámos de um termo que alguns olham com certa desconfiança: aula inteligente. Trata-se de uma expressão de que gosto particularmente, sobretudo porque não configura qualquer redundância, nem se esgota em exercícios de retórica (que aliás muito prezo e muita falta faz por estas paragens!). Na verdade, ao falarmos de aula inteligente, podemos ou não pensar na existência de uma Escola Inteligente? Em última análise, será a nossa Educação Inteligente?
Uma Educação Inteligente deveria assentar em, pelo menos, três grandes eixos de investigação desenvolvidos por autores como: (1) Sternberg (Teoria Triárquica da Inteligência); (2) Gardner (As Inteligências Múltiplas); e (3) Bereiter e Scardamalia (Aprendizagem Intencional). De facto, a inteligência humana, não sendo uma entidade fixa, pode sofrer modificações que passam, também, pelo contexto de aprendizagem, o que nos leva directamente à educação inteligente, à escola inteligente ou à aula inteligente, elas próprias entidades susceptíveis de crescimento num contexto privilegiado de aprendizagem.
Com efeito, os sistemas de ensino-aprendizagem mais convencionais movem-se em ambientes fechados e, por vezes demasiado abstractos, nem sempre levando em linha de conta pressupostos teóricos orientadores que nos chegam de áreas como as da Filosofia da Educação, da Psicologia da Educação ou da Psicologia Cognitiva, sendo que as minhas credenciais académicas só me permitirão pronunciar-me com base nestas últimas. No entanto, sendo de cariz multidisciplinar o desafio deste espaço de debate e reflexão, aguardo pelos contributos de colegas especialistas em áreas diversas. Os contributos da Psicologia da Educação e da Psicologia Cognitiva vão no sentido de uma interpretação da aprendizagem enquanto construção do significado como uma das que mais tem contribuído para o desenvolvimento de métodos activos enquanto ferramentas fundamentais de uma educação que se quer verdadeiramente inteligente (Beltán, 1993; Jones, 1992; Mayer, 1992).
Na minha opinião, uma aprendizagem baseada na construção de significado e centrada no aluno só pode funcionar se for desenvolvida desde o início da escolaridade e treinada de forma contínua.
ResponderEliminarHoje em dia, e baseando-me na minha expeiência como formadora/professora a alunos do 10.º e 11.º de ensino profissional, os alunos não querem e não gostam de pensar; não foram ensinados a desenvolver raciocínio, não foram incentivados a serem eles próprios a encontrar a resposta certa e muito menos gostam de qualquer método que lhes dê trabalho.
Fruto não só destes elementos mas também da desmotivação dos professores actual (e arrisco até a dizer da falta de pedagogia de alguns...), não considero que a nossa Educação seja inteligente. Na prática, tendo em conta a realidade que conheço, há um programa para cumprir, logo, o que importa é leccionar a matéria toda (tanto importa que os alunos aprendam como não...) e se possível, com pouco trabalho.
Há muitas mentalidades para trabalhar e muitas estratégias para adoptar ants de termos uma educação inteligente.